quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Periodo Pré-Socratico

Este período é assim chamado porque desenvolveu uma temática diferente daquela inaugurada pela “mosca de Atenas”. É também é chamado de período Cosmológico. Os pensadores deste período são de várias cidades ou das colônias gregas. Nenhum era de Atenas.
A preocupação dos pensadores deste período é encontrar uma explicação racional e sistemática (uma cosmologia) para o mundo (o cosmo), que substituísse a antiga cosmogonia (explicação mítica).
E um dos primeiros pensadores de que se tem registro é da cidade de Mileto. Daí seu nome: Tales de Mileto (623/546 a.C.). Foram seus concidadãos e contemporâneos: Anaximandro (610/547 a.C.) e Anaxímenes (588/524 ac). Para estes pensadores o mundo era constituído a partir de determinados elementos.
O que sabemos de Tales vem principalmente de Aristóteles, que diz: “a maior parte dos filósofos antigos concebia somente princípios materiais como origem de todas as coisas. (...). Tales, o criador de semelhante filosofia, diz que a água é o princípio de todas as coisas” (Aristóteles, apud, Bornheim, [198?], p. 23) Tales, além de ser considerado Pai da Filosofia, deixou valiosas contribuições para o desenvolvimento da matemática e da geometria.
Anaximandro, discípulos de Tales, afirmava que o princípio (Arché) de tudo era o ÁPEIRON (ilimitado). “Todas as coisas se dissipam onde tiveram sua gênese; pois pagam umas às outro castigo e espiarão pela injustiça, conforme a determinação do tempo” (apud Bornheim, [198?], p. 24).
Anaxímenes, seu sucessor, discordava, dizendo que a origem de todas as coisas é o ar: "assim como nossa alma, que é ar, nos mantém unidos, da mesma maneira o vento envolve todo o mundo” (apud Bornheim, [198?], p. 28).
Outros pré-socráticos foram: Pitágoras (570/490 a.C.) que nasceu na ilha de Samos e afirmava que as coisas são constituídas de Números. A esse pensador se devem importantes contribuições à matemática e geometria. É indiscutível a atualidade de seu teorema, afirmando que a “soma do quadrado dos catetos é igual ao quadrado da hipotenusa” ·Por sua vez Heráclito de Éfeso (504aC) dizia que tudo está em movimento e as realidades se manifestam pelos seus contrários. "O frio torna-se quente, o quente frio, o úmido seco e o seco úmido". “A doença torna a saúde agradável; o mal, o bem; a fome, a saciedade; a fadiga, o repouso”. “Não se entra duas vezes no mesmo rio. Dispersa-se e reúne-se; avança e se retira”
Parmênides de Eléa (500 a.C.?) irá fazer uma afirmação exatamente oposta e dirá que o ser é eterno, dirá que o "ser é e o não ser não é". Mostra os “únicos caminhos de investigação cabíveis. O primeiro diz que o ser é e o não-ser não é; este é o caminho da convicção, pois conduz à verdade. [...]. Pois não podes conhecer aquilo que não é – isto é impossível –, nem expressa-lo em palavras” Com isso inaugura o princípio lógico da “não contradição” que foi desenvolvido mais tarde por Aristóteles.
Demócrito foi o criador da teoria Atomista, segundo a qual o mundo é composto de partículas indivisíveis, os átomos que se misturam ao acaso, dando origem a cada uma das realidades. Afirma a inacessibilidade à verdade ao dizer que “no entanto, ver-se-á bem que não se pode chegar, a saber, o que cada coisa realmente é”. Afirma também que “o homem é um microcosmo”.
Conhece-se, além desses, outros pensadores, também chamados de pré-socráticos. É o caso de Zenão de Eléia para discutir o problema do conhecimento e do movimento, propõe vários paradoxos como o da tartaruga, do arqueiro. Ele diz que "o que se move está sempre no mesmo agora". Já Empédocles falava de quatro elementos: ar, fogo, terra, água e que o princípio de todas as coisas é a luta dos contrários (amor x ódio). Leucipo diz que “nada deriva do acaso, mas tudo de uma razão e sob a necessidade”. Cada um desses pensadores deu sua contribuição para o desenvolvimento humano. Hoje seu pensamento pode nos parecer ultrapassado ou coisa corriqueira. Entretanto, não importa como os vejamos, ultrapassado ou simplórios, o fato é que muito do que temos devemos a eles. Seu mérito é, em tempos remotíssimos, ter dado o pontapé inicial.

http://www.artigonal.com/educacao-artigos/periodos-filosoficos-387536.html

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